O que é a THORChain?

Quando se trata das DeFi, os formadores de mercado automatizados (AMMs) são alguns dos protocolos mais importantes e amplamente utilizados no ecossistema. Como protocolo fundamental por trás de muitas corretoras descentralizadas (DEXs), os AMMs apresentam reservas de liquidez controladas por algoritmos para facilitar diferentes tipos de negociações para os usuários. No entanto, a maioria dos AMMs é desenvolvido em uma rede blockchain específica e só permite que as negociações ocorram dentro desta rede.

Entra a THORChain: um protocolo de liquidez cross-chain e primeira DEX a permitir que os usuários troquem criptomoedas em diferentes redes blockchain. O objetivo da THORChain é fornecer uma solução descentralizada e de autocustódia para usuários que desejam trocar criptoativos em diferentes cadeias.

Mas como exatamente a THORChain faz isso? Para que a THORChain é usada e por que ela pode atrair os defensores da descentralização e da autocustódia? Neste artigo, analisaremos todos os detalhes por trás da THORChain, da RUNE (o token de utilidade do protocolo) e mais.

Vamos nessa.

O que é a THORChain?

A THORChain é uma blockchain independente, de Camada 1, criada com base na Cosmos SDK. Ela oferece suporte a todo um ecossistema de produtos e serviços, atuando como backend para suas interfaces de usuário. Como um protocolo de autocustódia e de liquidez cross-chain, a THORChain permite que os usuários troquem criptomoedas entre diferentes blockchains sem a necessidade de ativos wrapped ou lastreados. Na documentação da THORChain, o protocolo é descrito como um “formador de mercado automatizado (AMM) cross-chain, como a Uniswap” ou uma “Binance descentralizada”, com o objetivo de fornecer aos usuários preços justos e transparentes, sem que eles precisem confiar em um terceiro centralizado.

A história da THORChain

A THORChain foi criada por uma equipe de desenvolvedores na Binance Dexathon em 2018. Depois de arrecadar US$ 1,5 milhão em sua oferta inicial de DEX (IDO) em julho de 2019, a equipe lançou a BEPSwap, uma dex para tokens na BNB Chain.

Em 2021, a THORChain revelou a multichain chaosnet (MCCN), que permitiu trocas cross-chain entre Bitcoin, Ethereum, Litecoin e outros ativos. De acordo com os desenvolvedores da THORChain, a MCCN viu US$ 9,2 bilhões serem negociados em 3,4 milhões de transações de troca de 71.000 traders únicos, ganhando quase US$ 80 milhões em taxas durante sua existência. Um ano depois, em julho de 2022, a THORChain finalmente lançou sua mainnet blockchain.

Como a THORChain funciona?

Reservas de Liquidez Contínuas

Para alimentar as trocas, a THORChain usa uma reserva de liquidez contínua (CLP), o que significa que seu token nativo, o RUNE, é usado como intermediário para cada troca. Isso significa que, quando você troca entre dois ativos na THORChain, na verdade está trocando entre duas reservas de liquidez diferentes. Por exemplo, se você trocar de BTC para ETH, seu BTC será depositado em uma reserva de liquidez BTC:RUNE, exigindo uma taxa de gás em BTC. Em seguida, a RUNE passa dessa reserva para uma reserva ETH:RUNE e a THORChain envia a você ETH de um de seus cofres (exigindo uma taxa de gás em ETH. Tudo isso acontece por meio da máquina de estado THORChain, sem que o usuário precise converter suas criptomoedas ou possuir RUNE em nenhum momento.

O modelo CLP da THORChain permite que o protocolo responda às mudanças na demanda por liquidez – e o token RUNE está no coração disso.

Explicando o token RUNE

O RUNE é o token central da rede THORChain, usado por provedores de liquidez, operadores de nodes e outros participantes da rede THORChain. Os tokens RUNE tinham uma oferta máxima inicial de 1 bilhão, embora isso tenha sido reduzido para 500 milhões por meio de uma queima de tokens em 2019. Além disso, novos tokens RUNE serão criados após o esgotamento da oferta, mantendo os tokens anti-inflacionários.

A alocação atual é a seguinte: 44,09% dos tokens para nodes de serviço; 10,4% para custos operacionais; 10% para a comunidade; e 10% para a equipe e os consultores, com os tokens restantes reservados para o financiamento de projetos futuros.

O RUNE desempenha quatro funções importantes para o protocolo: ativo de liquidação, segurança de rede, governança e incentivos.

Ativo de Liquidação

O RUNE é o ativo de liquidação do protocolo, o que significa que ele é emparelhado com cada um dos ativos nas reservas de liquidez da THORChain em uma proporção de 1:1. Em outras palavras, uma reserva com US$ 1.000 em BTC também deve ter US$ 1.000 em RUNE. Além disso, o RUNE é necessário para cada troca que ocorre na rede. Para trocar Bitcoin por Ether, por exemplo, os ativos de um usuário vão primeiro de BTC para RUNE em uma reserva de liquidez e, em seguida, de RUNE para ETH em outra.

Segurança de Rede

Para ajudar a proteger a rede, os operadores de nodes da THORChain devem vincular duas vezes mais tokens RUNE do que há nas reservas de liquidez. Assim como nas redes de prova de participação, os operadores de nodes que agirem de forma maliciosa poderão perder seus tokens RUNE vinculados em um processo chamado de slashing (corte). Isso os incentiva a trabalhar pelos melhores interesses da rede.

Governança

Os detentores de RUNE podem efetivamente votar nas reservas que desejam com sua liquidez: as reservas com mais liquidez adicionada se tornam as mais ativas.

Recompensas de Bloco

Os provedores de liquidez e os operadores de nodes recebem recompensas em um cronograma de emissão definido, além das taxas de troca que ganham.

Participantes da THORChain

Há quatro categorias nas quais os participantes do ecossistema da THORChain se enquadram:

Provedores de Liquidez (LPs)

Indiscutivelmente os participantes mais importantes em qualquer DEX, os LPs depositam ativos em reservas de liquidez para serem usados em trocas. Em troca, os LPs recebem recompensas de bloco e taxas de transação das trocas. As recompensas que um LP individual recebe baseiam-se na atividade total da reserva e na participação do LP nos tokens dessa reserva.

Trocadores

Esses são os usuários base da THORChain, que simplesmente negociam entre diferentes criptomoedas na plataforma.

Traders

Os traders de arbitragem também desempenham um papel fundamental na THORChain. Esses traders procuram ativos cujo valor na THORChain seja maior ou menor do que no mercado mais amplo e compram ou vendem esses ativos em diferentes corretoras para obter lucro. Esses traders ajudam a manter as reservas de liquidez equilibradas, comprando ou vendendo os ativos subvalorizados ou supervalorizados até que seus preços voltem a se alinhar com o mercado.

Operadores de Nodes

Como outras redes de prova de participação, a THORChain é composta de nodes, também conhecidos como THORNodes, que são responsáveis por verificar e registrar transações na blockchain. Cada um desses nodes é composto por um agregado de servidores independentes executados por operadores de nodes. Como em qualquer rede de prova de participação, esses operadores de nodes precisam reservar uma determinada quantia de tokens RUNE, de acordo com o valor total dos ativos nas reservas de liquidez da rede. Isso não apenas impulsiona a demanda por RUNE, mas também é vital para impedir que os operadores de nodes ajam contra os interesses da rede.

Notavelmente, a THORChain mantém um nível de descentralização por meio do rodízio de operadores de nodes que entram e saem de suas funções em um processo chamado “churning”.

Streaming Swaps

Os streaming swaps são um recurso iniciado na THORChain em julho de 2023, permitindo que os usuários dividam suas grandes transações de trocas em “sub-swaps” (sub-trocas). A transmissão dessas sub-trocas ao longo do tempo expõe os trocadores a uma melhor execução de preços porque a liquidez necessária para concluir a troca pode ser distribuída ao longo do tempo, permitindo que a arbitragem mantenha o preço do ativo alinhado com o valor de mercado durante uma troca. Os usuários também podem escolher entre trocas otimizadas por tempo ou por preço ao fazer streaming swaps.

Para que serve a THORChain?

Antes do lançamento da THORChain, não era possível negociar criptomoedas em diferentes redes de forma nativa em uma DEX. A única maneira de fazer trocas descentralizadas era por meio de trocas atômicas ou vinculando primeiro um token e o trocando (por exemplo, a troca de wBTC por ETH). Como resultado, as corretoras centralizadas se tornaram a maneira mais viável de trocar criptomoedas entre redes, o que é contrário à filosofia no coração das criptomoedas. A THORChain resolve esse problema, antes de tudo, oferecendo aos usuários uma via descentralizada e de autocustódia para trocar criptomoedas de diferentes blockchains.

THORChain via SwapKit: Trocas Descentralizadas e Simples por meio do Ledger Live

De modo geral, a THORChain é uma opção bem estabelecida para os traders de criptomoedas que desejam desfrutar de trocas descentralizadas e, ao mesmo tempo, manter o controle sobre suas criptomoedas.

E a melhor parte? Você pode usar a THORChain e muitos outros provedores de troca a partir da segurança de sua hard wallet Ledger. De fato, graças à integração do Ledger Live desktop com a THORChain via SwapKit, você pode gerenciar e executar facilmente suas trocas de criptomoedas, mantendo o controle em cada etapa do processo. Além disso, não há necessidade de sair do aplicativo, passar por um KYC complexo ou criar uma conta para usar a THORChain por meio do Ledger Live desktop.

A integração da THORChain no Ledger Live é viabilizada por meio do SwapKit.dev, um API + SDK líder de mercado que abstrai a complexidade dos serviços da THORChain com uma infraestrutura testada e aprovada, garantindo um desempenho de nível empresarial.

O que você está esperando então? Você pode usar a Ledger para se unir à tendência da descentralização e desfrutar da tranquilidade que vem com a autocustódia segura.